Concepção e Construção
O tuba é um instrumento musical de sopro e o mais grave da família dos metais, e por que não dizer o mais grave instrumento existente, uma vez que sua extensão, chega ao nível de sub-contrabaixo, geralmente até o Mi bemol pedal 2.
Ele consiste num tubo cilíndrico recurvado sobre si mesmo e que termina numa campana em forma de sino. Dotado de bocal e de três a seis pistões, possui todos os graus cromáticos.
O tuba tem uma das construções mais claras a respeito das etapas do som. Como sabemos o som tem cinco etapas principais, ele é: produzido, conduzido, transformado ou encorpado, ampliado e propagado.
No tuba temos o bocal (onde o som é produzido pelos lábios), o tudel (onde o som é conduzido até a máquina), a máquina (onde o som é transformado ou encorpado) o corpo (onde o som é ampliado e toma a forma real) e por último é propagado após sair pela campana.
Para que todas essas etapas, ocorram de forma correta, temos que ter um tuba com uma construção perfeita, em todas as etapas.
Bocal
É necessário que o bocal seja confeccionado, de um material apropriado (geralmente bronze ou latão) e no caso do bocal é importante ter um banho especial de prata ou ouro, já que tudo começa no bocal. Temos que prestar atenção nesse detalhe, pois não adianta nada termos um tuba de qualidade e um bocal com falhas de construção, ou de material não ideal como: madeira, plástico, alumínio entre outros. Os bocais mais famosos e usados não são apenas construídos com fator estético, mas projetados minuciosamente em todos os detalhes como: profundidade do copo, diâmetro de abertura e escape, curvatura ideal interna, entre outras coisas.
Tudel
No caso do tudel, sabe-se que, quanto menor a distancia entre bocal e corpo, nesse caso a condução do som, temos mais chances de acertar na afinação correta. Sempre é bom observar que em tubas de qualidade, o tudel deve ficar não muito preso ao corpo, já que temos uma vibração grande e isso pode atrapalhar nessa condução, independentemente do calibre do tuba, o tudel deve ter um calibre compatível, temos exemplos de tubas onde temos tudeis com 15mm à 19mm, mas o mais comum e geralmente em tubas 4/4 é que esse tudel tenha 17mm. Por se tratar no próximo passo logo após a produção do som, existem tudeis com banhos especiais ou até de materiais, que não são comuns em tubas como prata ou cobre.
Máquina
Na máquina temos o passo mais complicado na construção e um dos mais importantes, já que na máquina é que damos forma ao som e lá que temos que definir a afinação correta e tessitura. Geralmente é construída de latão, nas pompas e caixas de pistos ou rotores, os próprios pistos e rotores devem ser confeccionados de um material mais duro, geralmente de alpaca, já que lá temos a movimentação intensa e um material mole como latão poderia danificar seriamente todo o conjunto, com o atrito de materiais iguais.
As máquinas podem estar em duas posições, vertical ou frontal, para uma melhor comodidade e agilidade na manipulação do tuba, geralmente são utilizadas e mais comuns em orquestras, o tuba com máquina frontal, por vários motivos, os mais importantes são : a própria agilidade ao manipular as pompas de afinação e o fato de acumular a saliva na pompa principal e não em todas as outras pompas, como ocorre muito em tubas de máquina vertical.
Corpo
O corpo ou caixa de ressonância, recebe o som da máquina, que até esse momento só tinha passado por tubos cilíndricos, tanto no tudel como na máquina. O som é recebido no fim da máquina geralmente com calibre maior que em outros pontos (19 à 22mm) e é ampliado no corpo, por uma sequência de tubos cônicos, que vão aumentando de calibre até chegar a campana.
Existe uma medida precisa do comprimento do corpo, para que possa ter uma afinação perfeita, geralmente um tuba contrabaixo em Si bemol, tem aproximadamente 5m de extensão desde a saída da máquina até a campana.
Definição
Os tubas são divididos de algumas formas, como por tamanho que podem ser: 3 /4, 4/4, 5/4 e 6/4. Além disso temos quatro tonalidades de tubas, que apenas variam pela sua extensão e tessituras.
Temos tubas baixo em Mi bemol e Fá e tubas contrabaixo em Dó e Si bemol, alem dos modelos mais conhecidos temos também o tuba tenor , também conhecido como euphonium e o barítono, muito parecido com o euphonium, mas com corpo de calibre menor.
As máquinas podem ter de 3 à 6 válvulas (pistos ou rotores), sendo responsáveis pela divisão cromática e formação dos harmônicos, apenas 3 válvulas, que são combinações de pompas com medidas diferentes. A partir daí, temos vários recursos, como a 4ª válvula, maior que a pompa da 3ª válvula, geralmente para recursos nas notas graves, ainda temos tubas com 4ª e 5ª válvula, mais comuns entre tubas contrabaixo, onde podemos ter combinações diferentes e uma afinação mais exata.
O Tuba não é um instrumento transpositor. Essa tradição parte do principio que todo material escrito para instrumentos graves antes da invenção do tuba (serpent, oficleide) eram escritos em Dó. A existência de instrumentos de tais afinações (Dó, Sib, Fá e Mib) apenas é diferenciada pela extensão, ou seja, o limites de alcance de suas notas e sua tessitura (também diferenciada).
Desde o seu aparecimento, na primeira metade do séc. XIX, logo foi incorporado nas orquestras sinfônicas.
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